terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Família de Peter Petry e Barbara Lorscheider - pais de Leopoldo Petry

Família de Peter Petry e Barbara Lorscheider na década de 1890 em Novo Hamburgo. Peter era natural de Theley e teve o primeiro moinho de Novo Hamburgo, no bairro que hoje é conhecido como Santo Afonso. O moinho ficava ao lado de um arroio, em frente a atual Avenida Pedro Adams Filho, antigo caminho usado pelos tropeiros de São Leopoldo a Novo Hamburgo. Petry foi pai do segundo prefeito de Novo Hamburgo, Leopoldo Petry, que é o segundo em pé (da esquerda para direita) na foto.

O primeiro moinho de Novo Hamburgo

Este é o primeiro moinho de Novo Hamburgo. Pertencia a Peter Petry, natural de Theley, pai do segundo prefeito de Novo Hamburgo, Leopoldo Petry. No local hoje passa a avenida Pedro Adams Filho, antigamente o principal acesso entre Novo Hamburgo e São Leopoldo.

Barbara Krämer Steigleder

Na foto tirada por volta de 1870 está Barbara Krämer, imigrante nascida na Alemanha em 1823, filha de Johann Peter Krämer e Maria Emmerich. Barbara casou com Johann Philipp Steigleder no ano de 1846 e com ele teve apenas uma filha, Maria Teresa Steigleder. O casal possuía muitas terras, eram proprietários do parque Floresta Imperial, no bairro Rondônia, em Novo Hamburgo onde a cavalaria do Imperador Dom Pedro I esteve hospedada em visita imperial a Novo Hamburgo na década de 1840.
A única filha de Barbara, Teresa, casou com Jacob Kroeff, teve 12 filhos e 45 netos, entre eles o conhecido ecologista José Lutzenberger. Barbara é a matriarca de uma enorme família espalhada pelo Vale dos Sinos, totalizando entre netos, bisnetos e trinetos 361 descendentes.

O empresário Adolfo Jaeger


Adolfo era natural de Lomba Grande, ainda jovem transferiu residência com a família para o centro de Novo Hamburgo, trabalhou como balconista e na produção familiar de arames, profissão de seu avô paterno, de seu pai, tios e primos. Seu pai foi professor, o primeiro professor de português de Novo Hamburgo e trabalhava com arames para incrementar a renda da família. Em 1908 empregou-se no curtume de seu cunhado, José João Martins a qual posteriormente se associou. Constituiu em 1923, a firma A. Jaeger & Cia, tornando se um dos maiores curtumes da cidade. Adolfo faleceu em 1949 em Porto Alegre. Em Novo Hamburgo há uma praça e uma rua com seu nome.

Engenheiro Ignácio Plangg


O austríaco Ignácio Plangg se formou em engenharia na Alemanha e imigrou para o Brasil para a construção da "Hidrelétrica Hamburgueza" no final da década de 1920. Quando Novo Hamburgo se tornou município em 1927, foi necessária a construção de uma usina para ampliar a capacidade do fornecimento de energia para o município. Plangg fixou residência no município, onde nasceram seus filhos e demais descendentes.

Ruth Siegel Steigleder


Ruth Siegel Steigleder (na foto tirada em Novo Hamburgo em 9 de setembro de 1929), nasceu em Novo Hamburgo em 19 de janeiro de 1910. É filha de Ludwig Friedrich Siegel e Helena Emilie Olga Diefenthäler. Ruth foi a segunda rainha do Clube Juvenil no ano de 1929. O Clube Juvenil foi criado por hamburguenses após a emancipação do município no ano de 1927 para servir como encontro da comunidade através de bailes e festas.

Ruth casou em 1933 com o dentista Albano Oscar Steigleder, com quem teve as filhas Dorit, Carla e Maidi Steigleder. Ruth é atualmente umas das pessoas em idade mais avançada no município de Novo Hamburgo, em 19 de janeiro de 2011 completará 101 anos.

Pastor Johann Rudolph Dietschi


O pastor Dietschi nasceu na Suíça em 1849. Estudou em Württemberg onde foi ordenado sacerdote em 1873 e emigrou para o Brasil naquele mesmo ano como missionário religioso. Em 1874 Dietschi casou com Lydia Haury e passou a morar em Mundo Novo, atualmente município de Taquara.

Até o ano de 1900 o casal permaneceu em Taquara, de 1900 a 1918 Dietschi foi pastor em Sapiranga. Em 1919 ele permanece temporariamente na serra gaúcha e na localidade de Picada 48, regressando no mesmo ano para Taquara. Dos 8 filhos, dois também se tornaram pastores. Com avançada idade, na década de 1920, Dietschi e sua esposa foram morar em Novo Hamburgo com seu filho Samuel.

O pastor suíço, que dedicou sua vida a religião e a atender as famílias na região, passou seus anos finais em Novo Hamburgo onde faleceu 8 de fevereiro de 1930.


Pastor Johannes Friedrich Pechmann

O histórico do Pastor Pechmann, foi escrito pelo pastor Johannes Hasenack

Pechmann nasceu em Mönchen-Gladbach, Alemanha, em 26 de maio de 1851, fez estudos missionários, médicos e pedagógicos, foi ordenado para o ministério pastoral e foi enviado ao Brasil em 1882.

Em junho de 1882, Pechmann assumiu a Paróquia de Santa Maria da Boca do Monte, que abrangia parte da Campanha e Serra do Rio Grande do Sul, de Arroio Grande até Cruz Alta. Ainda no mesmo ano casou-se com Lydia Julie Emma Meyer, com quem teve quatro filhos e cinco filhas. Lydia Pechmann foi a primeira presidente da OASE de Hamburgo Velho, fundada em 31 de março de 1910 com o nome de Sociedade de Senhoras e Senhoritas Gustavo Adolfo.

Em Santa Maria, Pechmann protagonizou, com o apoio da sua Comunidade, um desafio à lei vigente, no apagar das luzes do Império, construindo uma torre no templo, inaugurando-a publicamente. Junto com a Comunidade Evangélica de Santa Maria, participou da fundação do Sínodo Riograndense em 19 e 20 de maio de 1886, em São Leopoldo.

A maior parte do ministério, de 1893-1922, ele exerceu em Hamburgo Velho, inicialmente incluindo Campo Bom, Travessão e Novo Hamburgo. De 1893 a 1900, foi presidente do Sínodo Riograndense; de 1906 a 1922, presidente do Distrito Leste do Sínodo. Foi também editor do jornal semanal Riograndenser Sonntagsblatt (1897-1915 e 1920-1925); livreiro, distribuidor de bíblias e livros didáticos; fundador de corais; criador de escolas de ensino fundamental em Hamburgo Velho e Novo Hamburgo. Ele presidiu a OGA da fundação até 1925, quando faleceu, motivou a criação de associações Gustavo Adolfo de mulheres, que viriam a formar a Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas-OASE da IECLB.

Karl Lanzer - o primeiro professor de Novo Hamburgo


Entre os pioneiros da história hamburguense está Karl Lanzer, o primeiro professor de Novo Hamburgo. Sua história é muito interessante, além de professor ele foi escritor, músico e sempre esteve engajado com a comunidade. Um dos melhores relatos da época sobre a vida de Lanzer, foi publicado no "Deutsche Post", jornal de São Leopoldo, no ano de seu falecimento, em 1927, eis abaixo o relato:

Hamburgerberg, 30 de agosto

Novamente, um de nossos poucos veteranos de Hamburgo Velho e Novo Hamburgo partiu dessa vida. O velho Karl Lanzer, conhecido muito além dos limites do município, já não se encontra entre nós. Ele faleceu domingo passado, à noite, aos 86 anos, 4 meses e 12 dias.

Karl Lanzer nasceu no dia 16 de abril de 1841 em Relsberg bei Wolfstein, Distrito de Kaiserslautern, Bayrische Rheinpfalz (Renania-Palatinado-Bávara), filho de Adam Lanzer e Christina Margaretha nascida Lehmann. Karl Lanzer, que descende de uma família de professores, pastores e oficiais, freqüentou a Escola Normal Evangélica Bávara Real de Kaiserslautern de 1857-59 e mudou-se com seu pai para o Brasil no segundo domingo de páscoa de 1859, passando por Kreuznach, Köln (Colônia) e Bremen. Após uma viagem de 52 dias em um navio a vela, ele desembarcou em Rio Grande, de onde ele continuou viagem até São Leopoldo. A partir daí ele visitou seus parentes e compatriotas do Palatinado, as famílias Reinheimer, Blauth, Göttel, entre outros. No dia primeiro de outubro ele assumiu a Escola da Comunidade Evangélica de Hamburgerberg, a qual tinha 48 alunos na época, sendo que recebia honorários de 800 Réis por mês de cada um. Durante 32 anos – de 1860 a 1892 – ele exerceu aqui esse árduo cargo com lealdade e abnegação. Em 1861 ele fundou, junto com outros 24 habitantes de Hamburgerberg, a Sociedade de Cantores “Eintracht”, cujo primeiro e único regente foi ele; a sociedade teve seu término em 1874, devido à revolta dos Muckers.
No ano de 1865 ele constituiu família, tomando por esposa Maria Schmitt, filha do respeitado comerciante e Prefeito Distrital Johann Peter Schmitt; Durante 30 anos ele compartilhou alegria e tristeza com ela. Tiveram 11 filhos, dos quais 7 filhos e uma filha bem como a esposa, faleceram antes do pai e esposo. Em 1869 a comunidade de Hamburgerberg adquiriu um órgão; até então, Karl Lanzer exercia a função de sacristão e solista, como era de costume naquela época e em muitos locais. Alguns anos mais tarde, depois que o organista mudou-se da comunidade de Hamburgerberg, Karl Lanzer tornou-se organista da comunidade, cuja função ele exerceu fielmente até 1897. Em setembro de 1865, Karl Lanzer teve a grande honra de cumprimentar o então Imperador Dom Pedro II em sua segunda visita a Hamburgerberg. Os alunos e alunas da antiga Escola da Comunidade cumprimentaram o ilustre convidado com a canção:

Salve, ó tu da coroa vencedora (coroa de louros)
Soberano da pátria
Salve Dom Pedro!

O Imperador teria rido efusivamente e se alegrado muito com as últimas palavras; as crianças então foram servidas fartamente com doces e limonada. No ano de 1878 foi fundada a Maçonaria em Hamburgerberg; Karl Lanzer fez parte dela de corpo e alma e exerceu duas vezes o grau de Mestre; a maçonaria foi novamente extinta em 1908. Em 1888 foi fundada a Sociedade de Cantores “Frohsin” (alegria, jovialidade); também aqui o velho Lanzer participou incansavelmente e exerceu a função de regente até 1892. Nesse ano ele foi nomeado Juiz Distrital, cujo cargo ele exerceu conscienciosamente sob o governo de 3 presidentes, durante 28 anos. Quando a Sociedade de Atiradores alemã de Novo Hamburgo foi fundada em 1892, o velho Lanzer também colocou seus amplos conhecimentos à disposição da nova sociedade. “Em homenagem a seu leal trabalho e seu incansável entusiasmo pelo desenvolvimento exitoso dessa sociedade, ele foi nomeado o primeiro membro honorário em 1896, depois de já ter-se tornado membro honorário da Sociedade de Cantores “Frohsin” em reconhecimento a seus méritos pelo fomento ao coral masculino alemão de Hamburgo Velho e Novo Hamburgo. Em 1897 ele foi nomeado membro honorário da Sociedade de Cantores na Picada dos Suábios, cujo fundador e regente também foi ele; infelizmente essa sociedade também foi extinta.


Os Heineck de Hamburgo Velho


Foto histórica para Novo Hamburgo e região, nela está o casal Christian Heineck e Maria Catharina Windhäuser por volta de 1880. Eles são imigrantes, ancestrais de todos os Heineck no Brasil. Ele nasceu em Heimershein / Rheihessen em 1821 e faleceu em Hamburgo Velho em 1899 e ela que nasceu em 1813 em Hannover, faleceu em 1887 em Porto Alegre. Tiveram cinco filhos, Peter, Mariana, Maria Magdalena, Friedrich e Jeanette Heineck.

Entre os descendentes do casal estão as seguintes famílias de Novo Hamburgo: Sperb, Scherer, Boll, Kieling, Berlitz, Krämer, Schäffer, Vielitz, Wingert, Koch, Becker, Cassel, Ludwig, Kiefer, Stemmer, entre outros.

Hamburguenses retornam para o Velho Mundo


Novo Hamburgo do início do século XX, já era conhecida na região e no Estado como uma cidade voltada para a indústria e os industriais hamburguenses colhiam os frutos de tanto empenho em suas fábricas. Nessa época os donos das grandes empresas, mandavam seus filhos para a Europa para estudar ou passear e também faziam viagens para a terra de seus ancestrais.

Assim aconteceu com as famílias: Schmitt, Snel, Hofmann, Adams e Momberger, entre outras. Na foto acima está o casal Albino Momberger e Delfina Schneider (fundadores do antigo Curtume Momberger), com amigos e outros turistas a passeio na cidade de Leipzig, sudeste da Alemanha no ano de 1928. Um ano após a emancipação do município o casal viajou para a Alemanha para aquisição de modernas máquinas para o curtume.

Do Velho Mundo os hamburguenses enviavam cartas, cartões postais, fotografias e presentes que preservados ainda hoje, servem como fragmentos para a compreensão do modo de vida e do pensamento da sociedade daquela época.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Fritz Siegel - escultor de lápides


Os cemitérios antigos eram carregados de uma simbologia que hoje pouco compreendemos. Durante séculos na Alemanha as pedras eram lapidadas e viravam verdadeiras esculturas. As lápides antigas traziam anjos, guirlandas, colunas, escadas, tochas e epitáfios que variavam em cada túmulo, deixando uma simbologia gravada nas pedras durante décadas.
           
A tradição das esculturas em túmulos foi passada de geração em geração durante séculos e trazida ao Brasil até acabar com o falecimento dos últimos escultores na segunda metade do século XX. Um desses senhores que trabalhava com lápides foi o imigrante alemão Ludwig Friedrich Siegel. Siegel nasceu em 1876 em Fellbach, no reino de Württemberg e emigrou ainda no século XIX para o Brasil, instalando-se em Novo Hamburgo.

Siegel fundou a firma "Casa Fritz Siegel & Olschowski", que esculpia lápides e pedras tumulares. Siegel casou com a hamburguense Helena Emilie Olga Diefenthäler em 1902. Com o falecimento de Siegel em 1952, que esculpiu ao longo de sua vida centenas de lápides em toda a região, esse conhecimento foi perdido.

O primeiro fotógrafo hamburguense - Hugo Bernd

Henrique Hugo Bernd nasceu em Novo Hamburgo, a 30 de março de 1891. Era filho de Felipe Bernd e Guilhermina Gertrudes Wolffenbüttel. O avô de Hugo, Guilherme, era um homem dinâmico, foi um dos primeiros comerciantes de Novo Hamburgo. Seu negócio prosperou e vendia de tudo, desde grinaldas de noivas a ferramentas. Tudo importado. Era a primeira rede de lojas de Novo Hamburgo e região. Felipe Bernd, o pai de Hugo, apesar de trabalhador, não tinha o espírito empreendedor do pai e o negócio da família, quando passou para suas mãos, foi diminuindo até ser vendido. Nenhum dos netos se interessou para continuar o trabalho do pai e do avô.
Hugo gostava de imagens e interessou-se por fotografia artística, onde estudava luzes e sombras, fugindo, daquelas fotografias convencionais, onde os retratados ficavam sempre numa posição dura e olhando para a câmara. Tirava fotos das moças da sociedade, dos membros da família, de amigos, de paisagens. Tinha um dom muito especial para a arte. Nunca cobrava pelas fotos. As tirava por puro prazer pela arte.
Anos mais tarde o casou transferiu residência para Porto Alegre onde Hugo comprou o Atelier Victória. Noivos depois de casarem na igreja, vinham, direto, tirar suas fotos lá. Por ocasião de primeira comunhão, formaturas e demais eventos, não havia lugar para acomodar todos. Era preciso recorrer a sala particular da casa para fazer espaço. Pessoas vinham do interior para se deixarem fotografar no famoso ateliê. Este sucesso durou anos até que Hugo, já com idade, resolveu se aposentar, e vendeu o negócio.

Coletor estadual - Augusto Wolf


Natural de Dois Irmãos, imigrou para Novo Hamburgo onde assumiu, em 1920, o cargo de primeiro suplente de juiz distrital. Em 1923 se tornou escrivão das rendas estaduais e em dezembro de 1927 foi nomeado coletor estadual, foi o primeiro gerente do Banco do Estado no município recém emancipado. Foi também um dos fundadores da Caixa Rural União Popular. Faleceu em 1940. 

O jornalista Hugo Metzler


Entre os renomados intelectuais que vieram ao sul do Brasil e passaram por Novo Hamburgo, estava Hugo Metzler, ligado a igreja católica e aos jesuítas. Metzler veio para o Brasil em uma época que a Alemanha passava por dificuldades econômicas, aqui trabalhou com os Kroeff de Novo Hamburgo até casar e ir morar para Porto Alegre. Em Porto Alegre Metzler foi jornalista e escritor, diretor do Jornal Deutsches Volksblatt e autor de diversos livros relacionados a germanidade

Metzler foi pai do Dr. Wolfram Metzler que foi médico, deputado estadual e federal, líder dos integralistas no Rio Grande do Sul, candidato ao governo do Estado na década de 1950 e presidente do INCRA. O Dr. Metzler era conhecido em todo o Estado pela atuação de seu pai na área da comunicação a frente do Deutsches Volksblatt, por ter sido médico onde curou centenas de descendentes de alemães e por ter sido eleito deputado por dois mandatos.

João Batista Jaeger - o primeiro professor de português de Novo Hamburgo

João Batista Jaeger nasceu em São José do Hortêncio em 1859, era filho de Franz Adolph Jaeger e Katharina Elisabeth Schuck. Seu pai foi professor, teve seis filhos e imigrou com todos para Porto Alegre quando João Batista ainda era muito jovem. Na capital João teve a oportunidade de estudar no Insituto de Educação de Porto Alegre juntamente com seus cinco irmãos.

Como nas localidades fundadas por alemães havia falta de professores que dominassem a língua portuguesa, João Batista foi nomeado, ainda muito jovem professor em Novo Hamburgo, pelo governador da época, Borges de Medeiros. Em São Leopoldo João Batista casou com a jovem Maria Hermínia Hauschild (que também era professora) e os dois transferiram moradia para Lomba Grande.

Em Lomba Grande nasceram os cinco filhos do casal, Augusta, Bertha, Adolfo, Eugênia e Egon Jaeger (esse último faleceu muito pequeno). Hermínia também faleceu jovem e João Batista passou a morar no centro de Novo Hamburgo. Jaeger teve dificuldades financeiras, pois os salários para professores na época, eram muito baixos. Mesmo assim ele criou os filhos e deixou numerosa descendência em Novo Hamburgo.

Jaeger faleceu em 1939 em Novo Hamburgo, aos 80 anos. Há uma escola com seu nome no bairro Santo Afonso.

Pedro Boll Filho - líder e pioneiro do bairro São Jorge


Natural da localidade de Linha São João, interior de Dois Irmãos, Pedro Boll Filho era filho de Pedro Boll e Catharina Wolf. Seus pais possuíam alambique, produziam cachaça e eram produtores rurais. Pedro Boll imigrou para Novo Hamburgo, onde comprou uma extensa área de terras no bairro São Jorge. Boll foi um dos primeiros proprietários do bairro, casou em Hamburgo Velho com Maria Seger, filha de um imigrante da Picada São Paulo, interior de Morro Reuter. Pedro Boll possuía uma atafona e também foi agricultor.

Foi um dos fundadores do Colégio São Jacó, da Sociedade de Canto Palestrina e da Caixa Rural União Popular, a qual foi presidente durante muitos anos. Boll também engajou-se ativamente na construção da Igreja Nossa Senhora da Piedade no bairro de Hamburgo Velho e na campanha pela emancipação do município. Pedro Boll Filho faleceu 1948 deixando 10 filhos e 30 netos.

Jacob Kroeff - o primeiro deputado de Novo Hamburgo


Para quem estuda ou escreve sobre a história mais antiga de Novo Hamburgo, é dever mencionar a história da família Kroeff, intimamente ligada a história do município. Vários de seus descendentes foram muito importantes para o desenvolvimento econômico, cultural e político de Novo Hamburgo, tais como Jacob Kroeff (o imigrante patriarca da família), hoteleiro em Hamburgo Velho, Jacob Kroeff Filho, empresário e político assim como Jacob Kroeff Neto, líder emancipacionista de 1927 e primeiro prefeito de Novo Hamburgo.

Jacob Kroeff Filho, o primeiro deputado eleito para representar Novo Hamburgo na Assembléia, era o primeiro de dez irmãos, filhos de Jacob Kroeff e Thecla Scheidt, que eram naturais de Merl-Zell, localidade banhada pelo rio Mosel, na Renânia, sudoeste da Alemanha e que imigraram para o Brasil em 1853. Em Novo Hamburgo Jacob Kroeff (o pai imigrante) fundou o "Esplêndido Hotel" que chegou a receber D. Pedro I.

Jacob Kroeff Filho constriu um matadouro no local que posteriormente ficou conhecido como  Vila Kroeff. Também administrou o Esplêndito Hetel, em Hamburgo Velho, proximo à igreja evangélica, na Rua Maurício Cardoso. Doou as terras onde ficava o Colégio Sao Jacó, hoje, Universidade Feevale, e pagou parte da construção. Foi o patrono do Colégio São Jacó. Doou terras que ficam atrás do colégio para  formar o cemitério dos pobres, recebendo em troca sepultura para toda a família no cemitério católico de Hamburgo Velho, que fica ao lado da terras que doou. Foi Tenente-coronel do quinto Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional e eleito deputado estatual em 1892.

Uma das maiores e melhores biografias do deputado, foi escrita pelo político e escritor hamburguense Leopoldo Petry. Jacob Kroeff Filho casou em 1872 com Maria Teresa Steigleder (filha de Johann Philipp Steigleder e Barbara Krämer) e com Teresa Kroeff teve 12 filhos. Kroeff faleceu em 1926 com 74 anos, 11 meses e 16 dias.

Os descendentes de Johann Peter Schmitt

Johann Peter Schmitt, o comerciante de grande destaque na história de Novo Hamburgo, casou duas vezes e teve 22 filhos, nem todos atingiram a fase adulta, porém com uma família tão numerosa na metade do século XIX, Schmitt se tornou ancestral de praticamente todas as famílias tradicionais do antigo bairro de Hamburgo Velho.

Poucos alemães emigraram para o sul do Brasil, aqui eles tiveram muitos filhos e as comunidades por décadas ficaram isoladas. Com Novo Hamburgo não foi tão diferente. Em Hamburgo Velho havia poucas famílias e muitos casamentos entre seus descendentes. Entre as primeiras famílias de descendentes de Johann Peter estão os Krämer, Siebel, Lanzer, Hoffmann e Sperb.

No início do século XX Schmitt (que falecera em 1868) possuía aproximadamente 2.000 descendentes espalhados pelo Vale dos Sinos, Vale do Caí e pela Serra Gaúcha.

O comerciante Johann Peter Schmitt e o nome da localidade

Ainda há pouca bibliografia sobre Novo Hamburgo e pouco material sobre a história do município na internet. Embora São Leopoldo seja o berço da colonização alemã no país e é uma cidade lembrada pelo desembarque e alojamento dos primeiros imigrantes alemães, não há como falar na história da Imigração Alemã sem citar Novo Hamburgo.

Novo Hamburgo pertenceu até 1927 como segundo distrito de São Leopoldo, porém ao se tornar município, era a segunda cidade mais rica do Estado nos anos iniciais da sua emancipação. Nas primeiras décadas da colonização, 1820, 1830, 1840 e 1850, a pequena localidade de Hamburgerberg já era citada pelos viajantes como um local onde florescia o comércio e as pequenas fabriquetas de couro e sapatos que no início do século XX se transformariam em grandes indústrias de destaque nacional.

Um dos imigrantes de maior destaque do século XIX foi o comerciante Johann Peter Schmitt. Segundo Gaspar Stemmer: (Schmitt) Foi vendeiro em Hamburgo velho, tendo estabelecido ampla rede de coleta de mercadorias das colônias para vender em Porto Alegre e para nelas vender produtos da capital. Envolveu nisto irmaos, filhos e amigos. Tornou-se riquissimo, tendo ao falecer fortuna de 87 contos de réis. Foi elemento chave em tornar hamburgo Velho um centro próspeto. Em 23 de abril de 1827, quando casou pela primeira vez, era ainda colono em Campo Bom.

Schmitt se tornou um dos empresários mais prósperos de Novo Hamburgo, foi um dos hamburguenses mais conhecidos de sua época e é ancestral de dezenas de famílias do município. Mas na história existe grandes erros também, alguns escritores, tais como Karl Lanzer (na década de 1920) e Carlos Hunsche (na década de 1970) escreveram que o nome original da localidade, Hamburberg, procederia de Hampeterberg, como de "Johann Peter", o morro de João Pedro.

A hipótese levantada por Karl Lanzer é defendida ainda hoje por descendentes, porém é incorreta, tendo em vista os seguintes aspectos:

1) A denominação antiga em língua alemã era desde o início Hamburgerberg e não Hampeterberg.
2) Desde o final da década de 1820 Novo Hamburgo já era conhecida como Hamburgerberg, ou seja, antes da chegada do comerciante Schmitt.
3) A explicação ainda é defendida por descendentes para explicar que o histórico do município se deve ao seu ancestral imigrante, excluindo a hipótese de que já havia na localidade outros comerciantes.

História de Novo Hamburgo

Pesquiso há 9 anos sobre genealogia e histórias de imigrantes alemães, seus descendentes e localidades fundadas por eles no sul do Brasil. Comecei cedo com as pesquisas, aos 14 anos. Desde 2001 visito famílias nos dias livres em busca de subsídios para as pesquisas, fotografias antigas, cartas, documentos, livros, através desse material e da história oral, contada pelos descendentes dos imigrantes, monto passo a passo esse "quebra-cabeças" que é a história.

Sou natural de Novo Hamburgo e desde o início tive curiosidades em conhecer mais a história de minha terra. Há 9 anos, desde o início das pesquisas, visito famílias em Novo Hamburgo para montar o histórico do município. Há uma história riquíssima que poucos sabem e que está se perdendo ano após ano, década após década. Atualmente estou compilando todo esse material para no futuro, montar uma publicação sobre o município.

Desde 2009 já escrevi 40 páginas, e desde 2001 juntei aproximadamente 2.500 fotos antigas de Novo Hamburgo e das famílias que viveram na localidade desde a década de 1860. Acredito que a História só é preservada quando é publicada, por isso envio há 6 anos as fotografias antigas para o Jornal NH, que as publica na coluna Antigamente. Muitas imagens também consegui preservar nos dois livros que escrevi em 2010, História da Imigração Alemã no Sul do Brasil e Memórias do Povo Alemão no Rio Grande do Sul.

Por acreditar também na internet como um local para preservação desse material, quero pouco a pouco disponibilizar para os internautas, o histórico hamburguense nesse blog. Que possamos ter a história de Novo Hamburgo preservada no futuro!